COMPORTAMENTO INGESTIVO DE RUMINANTES EM PASTAGENS TROPICAIS

Abstract

A interface planta animal pode ser estudada através do comportamento ingestivo dos animais em pastejo. Sabe-se que os animais apresentam diferentes comportamentos de ingestão quando submetidos a diferentes espécies forrageiras ou arquiteturas distintas de plantas da mesma espécie. Esta revisão abordará então o relato de algumas pesquisas com pastagens tropicais que foram desenvolvidas com o objetivo de descrever a estrutura da planta, devido à existência de relações de causa-efeito que tem entre a estrutura da planta e o comportamento ingestivo. O processo de pastejo envolve complexas relações entre as características físicas (distribuição espacial, heterogeneidade da composição botânica, etc.) e qualitativas do pasto com as características do animal (espécie, estádio fisiológico, experiência prévia, etc.). O bocado é considerado como a menor escala de escolha animal no processo de pastejo, ou seja, é o momento de máxima interação entre a planta e o animal, e a facilidade de apreensão do bocado é um dos determinantes do consumo diário. Pelos dados apresentados na literatura, a arquitetura da planta tem forte influência no comportamento e consumo animal em pastagens tropicais. As espécies forrageiras em geral apresentam arquiteturas distintas, o que pressupõe que o comportamento animal se altera, dependendo da espécie pastejada e também do manejo imposto a esta, o que implica em diferenças no perfil do dossel forrageiro.